Morrer não é coisa que se faça a um gato.
Que há-de um gato fazer
num apartamento vazio?
Subir às paredes?
Roçar-se nos móveis?
Aparentemente não mudou nada
e no entanto está tudo mudado.
Continua tudo no seu lugar
e no entanto está tudo fora do sítio.
E à noite a lâmpada já não está acesa.
Ouvem-se passos nas escadas,
mas não são os mesmos.
A mão que põe o peixe no prato
também já não é a que o punha.
Há aqui qualquer coisa que já não começa
à hora do costume,
qualquer coisa que não se passa
como deveria passar-se.
Havia aqui alguém que há muito estava e estava
e que de repente desapareceu
e agora insistentemente não está.
Procurou-se em todos os armários,
revistaram-se as estantes,
espreitou-se para debaixo do tapete.
Violou-se até a proibição
de desarrumar os papéis.
Que mais se pode fazer?
Dormir e esperar.
Quando regressar, ele vai ver,
ele vai ver quando chegar.
Vai ficar a saber
que isto não é coisa que se faça a um gato.
Caminhar-se-á em direcção a ele
como que contrariado,
devagarinho,
com patas amuadas.
E nada de saltos ou mios.
Pelo menos ao princípio.
Que há-de um gato fazer
num apartamento vazio?
Subir às paredes?
Roçar-se nos móveis?
Aparentemente não mudou nada
e no entanto está tudo mudado.
Continua tudo no seu lugar
e no entanto está tudo fora do sítio.
E à noite a lâmpada já não está acesa.
Ouvem-se passos nas escadas,
mas não são os mesmos.
A mão que põe o peixe no prato
também já não é a que o punha.
Há aqui qualquer coisa que já não começa
à hora do costume,
qualquer coisa que não se passa
como deveria passar-se.
Havia aqui alguém que há muito estava e estava
e que de repente desapareceu
e agora insistentemente não está.
Procurou-se em todos os armários,
revistaram-se as estantes,
espreitou-se para debaixo do tapete.
Violou-se até a proibição
de desarrumar os papéis.
Que mais se pode fazer?
Dormir e esperar.
Quando regressar, ele vai ver,
ele vai ver quando chegar.
Vai ficar a saber
que isto não é coisa que se faça a um gato.
Caminhar-se-á em direcção a ele
como que contrariado,
devagarinho,
com patas amuadas.
E nada de saltos ou mios.
Pelo menos ao princípio.
Lindo e um pouco triste! bjs tuuuuuudo de bom,chica
ResponderEliminarBelo, mesmo na solidão que sente o gato, com a ausência de seu dono.
ResponderEliminarQue tenha um ótimo final de semana, Fê. Bjs.
Tão singelo e, com certeza, isso não se faz a um gato...
ResponderEliminar:(
pois é....eles sentem e sabem tudo...
ResponderEliminargostei!
beijinho
:)
Sentem como as pessoas sentem e andam em quatro patas.
ResponderEliminarBj
Olá Fê,
ResponderEliminarconcordo, não é coisa que se faça, nem a um gato, nem a ninguém.
Mas faz-se e pronto. Eu, como o gato, não entendo.
bj amg
Emocionante Fê, os sentimentos estão presentes em todos, nas plantas, nos animais e nos seres humanos, quando vem a sensação de perda.
ResponderEliminarAbraços.
Beijo
Um gato num apartamento vazio? Coitadinho! Beijinhos
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