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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Vasco Graça Moura, O gato


vejo atrás dos vidros
no jardim o gato
siamês que passa
entre os girassóis.

na mesa da sala
há mais girassóis
num pote azul
de faiança.

às cinco da tarde
a janela,
a porta,
estão fechadas, mas

agora o gato
vai passar na penumbra,
entre os girassóis
e a parede.

é um sombra
rapidamente
imaginada
sobre a mesa,

que dita em ponto,
de olhos límpidos,
e percebe o jogo
de espaços e que

já regressou ágil
se salto felino ao corpo do gato
repentino lá fora.

Só quero um colinho...


Quando não temos um colo melhor, até este...serve.

domingo, 25 de outubro de 2009

Anedota :)


Um homem (daqueles que não gostam de gatos e não sabem o que perdem ...)queria livrar-se dum gato. Levou-o até uma esquina distante e voltou para a casa. Quando chegou a casa, o gato já lá estava. Levou-o novamente, agora para mais longe. No regresso encontrou o gato novamente em casa. Fez isso mais umas três vezes mas o gato voltou sempre para casa. Furioso, pensou: "Vou lixar este gato!"
Pôs-lhe uma venda nos olhos, amarrou-o dentro de um saco e colocou-o na mala do carro. Subiu à serra mais distante, entrou e saiu de diversas estradinhas, deu mil voltas... e acabou por soltar o gato no meio do mato. Passados dois dias, o alentejano liga para casa:
- Tá, Maria, o gato já chegou?
- Sim...
- Ainda bem, deixa-me falar com ele porque eu estou perdido...

Só prova a inteligências dos gatos :)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O gato noutras culturas.


O Gato Celta

Na cultura celta, a deusa Cerridwen tem um elo de ligação com o culto ao gato relativo à fecundidade através de seu filho Taliesin, que numa das suas encarnações foi descrito como um gato com a cabeça sarapintada.


O Gato Escandinavo

Nas lendas nórdicas, aparece a deusa do sub mundo, Freya, cuja carruagem era puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa, a fecundidade e a ferocidade. Estes gatos mostravam bem as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afectuoso, terno e feroz. Os templos pagãos eram frequentemente adornados com imagens de gatos. Na Finlândia, havia a crença num trenó puxado por gatos que levava as almas dos mortos.


O Gato no Islão

Há uma série de contos associando os gatos ao profeta Maomé, a quem teriam inclusive salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava. Por causa desta associação entre o gato e o Islão, a Igreja Católica conseguiu tanto êxito ao relacionar o culto ao gato com as heresias e o demónio.


O Gato no Budismo

Nos cânones originais do budismo, o gato é excluído da lista de animais protegidos, devido ao facto de que, no momento da morte de Buda, quando todos os animais se reuniram para chorar os seus restos, o gato ter não só mantido os olhos secos como comido tranquilamente um rato, provando sua falta de respeito pelo acontecimento solene. Entretanto, apesar da lenda, o gato foi venerado pelos primeiros budistas pelo seu auto domínio e a tendência à meditação. Na China, estatuetas de gatos eram usadas para expulsar os maus espíritos, e havia dois tipos de gatos, os bons e os maus, que eram facilmente diferenciados por que os maus tinham duas caudas. No Japão, quando um gato morria, era enterrado no templo do dono e no altar do mesmo era oferecido um gato semelhante, pintado ou esculpido, para garantir ao dono tranquilidade e boa sorte durante a sua vida.


O Gato e o Judaísmo

No Talmude, o gato só aparece cerca de 500 d.C., quando o livro sagrado louva brevemente o seu asseio. Entretanto, uma antiga lenda hebraica conta que o gato teria sido criado em plena Arca, quando Noé, em desespero por que os ratos estavam a multiplicar-se e a devorar todas as provisões, implorou à Deus que lhe enviasse uma solução. O gato teria então sido criado de um sopro do leão.
Outra antiga lenda judaico espanhola diz que Lilith, a primeira mulher de Adão, o teria deixado para se transformar num vampiro, que sob o aspecto de um gato preto, atacava bebés adormecidos e indefesos e lhes sugava o sangue.

Os primeiros animais mamíferos chamavam-se creodontes, surgiram há cerca de 60 milhões de anos atrás e floresceram admiravelmente após a extinção dos dinossauros.


fonte: http://mios_e_miaus.web.simplesnet.pt/index.htm

sábado, 17 de outubro de 2009

Curiosidades sobre gatos:





- Há cerca de 600 milhões de gatos domésticos em todo o mundo.

- O gato possui mais ossos do que os humanos. Enquanto o homem possui 206, os gatos possuem 245 ossos.

- Os gatos possuem 32 músculos que controlam as suas orelhas. O gato pode girar as orelhas, independentemente, a quase 180 graus, e 10 vezes mais rápido do que o melhor cão de guarda.

- A audição dos gatos é muito mais sensível do que a dos homens e cães. Os ouvidos afunilados, canalizam e amplificam os sons como um megafone.

- Os gatos ouvem até 65 khz (quilohertz), enquanto que os homens ouvem até 20 khz (quando jovens!).

- Em proporção ao corpo, os gatos são os mamíferos que possuem os maiores olhos.

- Um gato enxerga 6 vezes melhor do que um humano à noite, porque necessita de 1/6 da quantidade de luz necessária ao homem para enxergar.

- O campo de visão de um gato é de 185 graus.

- O gato possui aproximadamente 60 a 80 milhões de células olfatórias. O homem possui entre 5 a 20 milhões.

- Os gatos possuem um órgão olfatório especial no céu da boca, chamado 'Orgão de Jacobson'. É um analisador de odores e é por isso que as vezes os vemos abrir a boca estranhamente (riso sardónico), quando sente odores fortes.

- O gato possui um total de 24 bigodes, agrupados de 4 em 4. São usados para medir distâncias.

- Os gatos têm 30 dentes, enquanto os cães possuem 42. Os dentes de leite são substituídos pelos permanentes, por volta dos 7 meses de idade.

- O gato doméstico pode correr a uma velocidade de 50 km/h

- O gato doméstico é a única espécie que consegue manter a sua cauda erecta enquanto anda. A cauda também é demonstrativa do seu estado de humor.

- Os gatos são muito limpos e passam cerca de 30% de sua vida a cuidarem da sua higiéne.

- Os gatos adultos e sadios passam 15% da sua vida em sono profundo. Em sono leve, 50% da vida, o que deixa apenas 35% do tempo no estado acordado. Mas passam do estado de sono profundo para acordado e alerta, mais rápido do que qualquer espécie.

- Um gato é capaz de pular 5 vezes a sua altura.

- O gato sempre cai de pé, desde que o tempo de queda seja suficiente, para que gire o corpo.

- A expectativa de vida de um gato de rua (sem dono) é de cerca de 3 anos. Um gato com dono e dentro de casa, pode chegar a 16 anos. O gato mais velho já registado viveu até os 36 anos.



fonte: www.becodosgatos.com.br (adaptado)



Poema do gato.

Quem há-de abrir a porta ao gato
quando eu morrer? Sempre que pode
foge prá rua,
cheira o passeio
e volta pra trás,
mas ao defrontar-se com a porta fechada
(pobre do gato!)
mia com raiva
desesperada.
Deixo-o sofrer
que o sofrimento tem sua paga,
e ele bem sabe.
Quando abro a porta corre pra mim
como acorre a mulher aos braços do amante.
Pego-lhe ao colo e acaricio-o
num gesto lento,
vagarosamente,
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele olha-me e sorri, com os bigodes eróticos,
olhos semi-cerrados, em êxtase,
ronronando. Repito a festa,
vagarosamente.
do alto da cabeça até ao fim da cauda.
Ele aperta as maxilas,
cerra os olhos,
abre as narinas.
e rosna.
Rosna, deliquescente,
abraça-me
e adormece. Eu não tenho gato, mas se o tivesse
quem lhe abriria a porta quando eu morresse?


António Gedeão

Gato Preto.




“Os gatos são amorais e imorais, quebrando deliberadamente as regras. Sua "maldade" parece não ser uma projecção da humana: o gato talvez seja o único animal que saboreia a perversidade ou reflecte sobre ela.”

(Camille Paglia)

A mãe disse que há dias assim ...




...e as mães têm sempre razão :)

Como cuidar do seu gato.


Embora os gatos sejam independentes por natureza, mesmo assim eles precisam dos seus cuidados como qualquer outro animal de estimação. E certamente irão apreciar muito os seus carinhos. Aprenda, lendo este artigo, como melhor a maneira de tratar seu gatinho e ter com ele uma relação de muito companheirismo, com todas as alegrias que isso vai trazer a você.

ALIMENTAÇÃO

Quem tem um gato quer estar sempre seguro de que as refeições que serve a ele são não apenas apetitosas, mas também balanceadas para atender as necessidades de nutrição do animal.

Isso é possível com o uso do alimento especialmente preparado para ele. Hoje, existe no mercado, vários alimento completos e balanceados, que atende totalmente ás necessidades de nutrição dos gatos.

O alimento industrializado (Ração) deve ser introduzido aos poucos na alimentação dos gatos, para que eles se acostumem a mudança no paladar e na textura. Água fresca deve estar sempre à disposição do gato, qualquer que seja a dieta.

Os gatos diferem muito quanto a quantidade de alimento que necessitam, que varia conforme o tamanho, a raça, o estado e as características de cada animal. A maioria dos gatos está bem adaptada para controlar o alimento que ingerem em relação ás suas necessidades. Como , normalmente, os alimentos industrializados tem uma alta aceitação, poderá ocorrer do gato comer em excesso. Por esta razão, é sempre recomendável observar as indicações nas embalagens dos pacotes de ração.

GATOS OBESOS

Os gatos raramente se tornam gordos, mesmo sendo animais bastante preguiçosos. Mas os gatos castrados podem muitas vezes tornar-se obesos. Para evitar isso, é aconselhável reduzir a quantidade de comida e alimentá-los de forma mais equilibrada.

Você pode dar ao seu gato metade da quantidade habitual de ração e observar se isto reduzirá o peso do animal de modo satisfatório. Em caso contrário, o regime alimentar deverá ser feito sob a supervisão de um veterinário.

Se normalmente você dá ao seu gato algum tipo de guloseima durante as refeições, suprima este hábito. Ele pode ser responsável pelo excesso de peso. Se o seu gato, além de gordo, parecer em más condições, leve-o sem demora ao veterinário, pois ele poderá estar precisando de tratamento.

LEITE

A maioria dos gatos aprecia uma tigela de leite, mas alguns têm dificuldade de digeri-lo, o que poderá causar diarréia. Nestes casos, você deve reduzir a quantidade ou eliminar o leite. Assegure-se de que o seu gato tenha à disposição água fresca.

GATAS GESTANTES

A gata necessitará de mais alimento quando tiver filhotes. Por esta razão, deve ser fornecida uma quantidade maior de alimento para o crescimento antes e após o nascimento dos filhotes, para assegurar a produção do leite.

Desde o inicio da gestação, a gata prenhe necessitará de mais alimento, cuja quantidade deverá ser aumentada gradativamente. Durante as últimas 2 ou 3 semanas do período de 9 semanas de gestação, ela estará comendo aproximadamente o dobro da quantidade normal.

Uma gata em período de lactação poderá necessitar até três vezes mais a quantidade normal de alimento quando os filhotes atingirem 3 ou 4 semanas e precisará ser alimentada com mais frequência, variando a dieta para assegurar a nutrição adequada. É aconselhável dar á gata tanto leite quanto ela queira beber, desde que possa ser digerido convenientemente.

FILHOTES

Quando em fase de crescimento, os gatinhos têm necessidades maiores de alimentação: proteínas para criar músculos, mais cálcio e fósforo para o desenvolvimento dos ossos e uma enorme quantidade de outros sais minerais e vitaminas. Pode ser dado alimento em grande quantidade, bem como leite.

Mesmo quando é dado leite aos filhotes, é importante que eles tenham sempre água fresca disponível.

Em geral os filhotes são suficientemente activos e bem constituídos para iniciar a ingestão de alimentos suplementares com quatro semanas Nesta fase, a mãe terá menos leite para dar Os filhotes nesta idade poderão comer ração adicionado ao leite.

Os filhotes desmamados de 7 ou 8 semanas devem ser alimentados ao menos três vezes ao dia.

Lembre-se que os filhotes crescem muito rapidamente e que o seu apetite e necessidade de alimentação aumentam também. É difícil super alimentar um filhote em crescimento se as refeições forem fornecidas conforme o indicado.

Alimente os filhotes sempre que achar conveniente e nunca menos que três vezes ao dia até eles completarem 6 meses. Caso haja sobra de alimento no comedouro, o mesmo deverá ser retirado em no máximo 15 minutos.

CASTRAÇÃO

A menos que você queira que seu gato procrie, procure a orientação de seu veterinário sobre castração e outras formas de controle da reprodução. A castração das gatas (reprodutoras) é designada ovariectomia. A esterilização dos gatos é conhecida por castração. O melhor é discutir com o veterinário qual o procedimento a tomar.

SAÚDE

Muitos donos não sabem que, assim como os cães os gatos também devem ser vacinados.

Graças à vacinação,hoje os gatos já podem ser protegidos contra uma doença grave e muitas vezes fatal: a Enterite infecciosa dos Felinos (internacionalmente conhecida por F.l.E.). Esta doença é por vezes designada "Gripe dos Gatos'" o que leva a confundi-la com outra virose associada a corrimento dos olhos e do nariz.

A vacinação é feita em duas etapas, a primeira dada geralmente por volta das 8 semanas e a segunda, por volta das 12 semanas ou a critério do veterinário. Uma única dose de reforço por ano ajuda a manter a imunidade.

Os veterinários estão cientes sobre as doenças mais comuns na sua região e poderão aconselhá-lo quanto às datas das vacinas. A melhor medida é marcar uma consulta para vacinação tão logo você receba o seu filhote ou assim que desmamá-lo, caso você mesmo o tenha criado. Nesta ocasião, poderá discutir também a data de outros procedimentos rotineiros, como o sistema de vermifugação e castração. Siga sempre cuidadosamente as recomendações do seu veterinário. A vida do seu gato pode depender disso.

HIGIENE

É muito importante dar ao gato desde cedo um local certo para que ele faça suas necessidades. Um banheiro ou uma área externa são ideais para isto e evitarão que o gato venha a usar a casa para este fim. O local escolhido deverá ser inspeccionado e as fezes removidas todos os dias.

Os gatos são animais muito limpos e tomam vários "banhos" por dia, ou seja, eles promovem a sua própria higiene, lambendo-se diariamente. Mas se for necessário você banhá-los, use sempre água morna, shampoo ou sabonete neutro e seque cuidadosamente o pelo com uma toalha ou secador. O prato de comida deve ser lavado após a alimentação do gato e a lavagem deve ser feita em separado da louça da família. Nunca use um de seus próprios pratos para seu animal de estimação.

O mesmo deve acontecer com o prato de leite do seu gato. Certifique-se de que o prato está sempre limpo e o leite sempre fresco. O leite que tenha sobrado de uma refeição deve ser imediatamente jogado fora. Desta maneira, você terá certeza de que o seu animal de estimação e a sua família se manterão saudáveis num lar saudável.

COMPANHEIROS FÁCEIS DE CUIDAR

Os gatos são animais de estimação domésticos e relativamente auto-suficientes. Por isso mesmo, ideais para lares de muito trabalho. Contudo, se as circunstâncias negarem companhia humana durante a maior parte do dia, é preferível ter dois gatos do que apenas um,já que estes animais apreciam a companhia de seus semelhantes.

Os gatos se mantém limpos por eles próprios lavando-se cuidadosamente. Gatos de pelo longo necessitam de cuidados regulares com escova e pente.

ALGUÉM DA FAMÍLIA

A chave de toda a questão de ter um animal de estimação, de treiná-lo e mantê-lo, é o respeito pelo indivíduo. Você trata sua família nesta base e é assim que deve tratar também o seu gato. O animal de estimação tem sua própria personalidade e dignidade.

É seu dever preservar isto, lembrando que um contado especial entre seres humanos e animais exige um conhecimento mútuo das necessidades recíprocas.

Por amar o seu animal de estimação, você tem responsabilidades com ele. Seguindo estas Regras, você pode assegurar-se de que a sua responsabilidade com seu gato e com a sociedade foi correctamente cumprida.

CONSULTE SEMPRE O SEU VETERINÁRIO QUANDO HOUVER DÚVIDA QUANTO AO BEM-ESTAR DO SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO.

Lúcia Helena Salvetti De Cicco



fonte: http://www.saudeanimal.com.br/artigo38.htm

O Gato em Portugal.


Prof. Doutor A. H. de Oliveira Marques

A história dos animais domésticos é um tema novo e difícil nos estudos da vida quotidiana. Têm de se utilizar muitas e variadas fontes: escritas, arqueológicas, etnográficas, etc. Viver acompanhado de animais foi sempre coisa tão banal que as crónicas e outros textos raramente falam deles. No entanto, os cães, os gatos, as aves e outros muitos animais merecem tanto a atenção do historiador como a alimentação, o vestuário ou a habitação.

O gato doméstico europeu parece ser de origem norte-africana ou, pelo menos, ter sido domesticado pelas civilizações do Norte de Áfri­ca. A partir do Egipto, onde era sagrado — até há múmias de gatos, que se podem ver nos museus —, entrou no mundo romano. Mas lentamente. Com o Cristianismo, deixou de ser sagrado mas continuou a ser útil como caçador de ratos num mundo infestado de rataria. Era remédio santo e necessário em todo o mosteiro, todo o castelo, todo o navio e, de uma maneira geral, toda a casa.

Em Portugal, o gato surgiu também com a romanização. No período muçul­mano foram descobertos esqueletos seus nas investigações arqueológicas realizadas em Silves. No Norte, há referências ao gato desde, pelo menos, o século XIII. Uma lei de 1 253 fixava o preço da sua pele, ao lado das peles de vitela, cordeiro, cabrito, gamo, raposa, lontra, marta e outros bichos. Era uma pele barata, valendo um terço da de raposa, já sem falar das peles de luxo como a de lontra ou de marta. Não se mencionavam peles de cão, o que mostra que o gato ainda não era considerado totalmente doméstico, ser­vindo também para comer e dar a sua pele ao homem. É possível que a expressão popular «vender gato por lebre» date destas épocas em que se comiam gatos como se comiam cordeiros ou coelhos, embora achando-os de pior qualidade.

O gato caçador e o gato do borralho são os mais recentes na tradição portuguesa.

Em pintu­ras do século XVI encontram-se gatos junto às lareiras ou sentados à porta das casas. Outros, aspectos do gato, o gato que arranha ou o gato que rouba, entraram também nos provérbios. E não se esqueça a expressão, «aqui há gato», para indicar qualquer falta ou engano. A maior parte de tais provérbios e expressões data-se dos séculos XVI, XVII e XVIII.

A perseguição ao gato por motivos religiosos ou supersticiosos também existiu. Muita gente acreditava que o gato era símbolo do mal e estava ligado à bruxaria e ao demónio. Por isso se sacrificaram gatos tal como, aliás, se queimaram e tortura­ram bruxas e feiticeiros. Os gatos pretos eram considera­dos os piores para trazer des­graça ou ma sorte...

Perseguidos ou acarinhados, o facto é que os gatos se iam multiplicando, sobretudo nas terras grandes onde abundavam as pessoas, a comida e os esconderijos. Nas Orde­nações Manuelinas, de começos do século XVI, proibia-se aos donos de gatos faleci­dos que os deitassem para a rua, onde empestavam o ar, de mistura com cadáveres de cães «e outras cousas sujas e fedorentas».

O gato entrou também nos nomes próprios e na heráldica. Como apelido sabe-se da existência de «Gatos» desde o século XIII (Afonso Pires Gato, natural de Baião). Nos séculos seguintes houve várias famílias nobres com o mesmo apelido. As armas respectivas incluíam, em fundo dourado, dois gatos azuis (um deles com um crescente na espádua). Nas artes aparecem, desde o século XVI, gatos esculpidos em madeira e em pedra, e desenhados em azulejos.

O gato teve mesmo as honras de herói literário. Por influência de textos publicados no estrangeiro, um poeta satírico, aliás de pouco mérito, João Jorge de Carvalho, redigiu e publicou a Gaticânea, ou Cruelíssima Guerra entre os Cães e os Gatos, decidida em uma sanguinolenta Batalha na grande Praça da Real Vila de Mafra.

A história narrada era simples. Um gato corpulento e agressivo travou-se de razões com um cão e levou a melhor. O cão foi queixar-se aos seus irmãos de raça. Seguiu um emissário a recrutar cães em todas as partes do mundo para restituir a honra ao humilhado cachorro. Os gatos, sabedores do que se passava, recrutaram, por sua vez, um poderoso exército combatente. Os milhares de bichos envolveram-se em san­grenta luta na praça fronteira ao convento de Mafra, triunfando os cães depois de muitas peripécias e altos e baixos.

A sátira de João Jorge de Carvalho permite chegar a algumas conclusões sobre o que se pensava acerca de cães e gatos no Portugal de então. O cão era, evidentemente, o mais nobre dos dois, e a ele cabia triunfar. O gato tomava-se, geralmente, por ladrão e ingrato, organizado em «quadrilhas» que roubavam quanto podiam nas cozinhas e nas despen­sas. Foi aliás um roubo de um belo pedaço de carne, na cozinha do autor, que esteve na origem do próprio poema.

A Gaticânea permite ainda conhecer nomes de gatos domésticos no Portugal desse tipo: o Ministro, o Remeirinhal, o Pardinho, o Malhado, o Amarelinho, o Caçador e o Derrabado, quase todos alusivos ao aspecto físico ou aos atributos do bichano.

O interesse pelos gatos e a sua gradual transformação em companheiros do homem continuaram nos séculos seguintes, apreciando-se cada vez mais as suas qualidades de independência e de facilidade de criação. Mas já no século XVII havia quem dissesse: «casa sem gato nem cão é casa de velhaco ou ladrão».

[Texto retirado do livro História e Geografia de Portugal do 5º Ano - Texto Editora]

Os Gatos.






Lindo gato, vem cá, vem ao meu colo;
Encolhe as unhas dessa pata,
E deixa que eu mergulhe nos teus olhos,
Um misto de metal e ágata.

Quando os meus dedos, à vontade, afagam
O dorso elástico, a cabeça,
E a mão se me inebria de prazer
No corpo eléctrico, a apalpá-lo,

Vejo a minha mulher. O seu olhar,
Tal como o teu, querido animal,
Frio e profundo, fende-nos qual dardo,

E da cabeça até aos pés
Um ar subtil, um perfume perigoso
Nadam em torno do seu corpo.



Charles Baudelaire

É noite.

É noite: sobre os telhados de novo
Se perde o rosto redondo da Lua.

Ele, o mais ciumento de todos os gatos,

Olha enciumado para todos os amantes,

O pálido e gordo «Homem da Lua».

Arrasta o seu cio furtivo pelos cantos mais escuros,

Espreguiça-se encosta-se a janelas entreabertas,

Como um frade lascivo e anafado anda

De noite, atrevido, por caminhos proibidos.

Friederich Nietzsche

Gato !



Pra não poisar senão um dedo

É demasiado grande o gato.

Com a cauda na cabeça,

Gira num círculo e a essa

Carícia ele corresponde nesse acto.

Mas o homem, à noite, vê os seus olhos

Cuja única virtude é a palidez.

São demasiado grandes pra esconder

E pesados prò vento perdido do sonho.

Sempre que o gato dança

É pra isolar essa prisão

E quando pensa

É até às fronteiras dos seus olhos.


Paul Eluard



Estrelas.



eixam traçadas a dourado
Pegadas no livro da vida,
São estrelas cadentes
de origem indefinida

Cometas fulgurantes,
Almas imortais
Príncipes e princesas
Em histórias reais.

No sangue azul, misturado
Outro sangue, menos puro
São por isso desprezados,
Seres vivos, sem futuro.

São vira-latas de nome
Sem apelido incluído
Sombras dispersas na noite
Sem direitos, ou abrigo.

Essas estrelas vagueantes
Lembram mundos de encantar
Tempos mágicos, diferentes
Aos quais era bom voltar

Se um ser assim, tão puro e belo
Cruzar o seu, com o teu caminho
Não voltes as tuas costas
Não o deixes ficar sozinho...


conto de Carla Isabel Martins

Miiiiiiiiiiiiiiiiiiiiauuuuu!

Significado da palavra Gato



Designação comum dos mamíferos carnívoros da família dos Felídeos que em sentido restrito abrange numerosas espécies distribuídas por várias regiões do mundo, nas quais se encontram as que originaram o gato doméstico.
O gato selvagem ou gato montês (Felis silvestris) é um dos dois pequenos felídeos europeus no estado selvagem. O seu habitat está limitado aos escassos bosques de coníferas ou caducifólias da Europa e da Ásia. O gato selvagem com a sua pele listrada de amarelo e cinzento, a sua cauda curta assemelha-se a um gato doméstico de grandes dimensões. Como os restantes felinos, é um animal com hábitos nocturnos. O seu tamanho oscila entre os 50 e 80 centímetros de comprimento para um peso que não ultrapassa 8 quilos.
Os gatos possuem excelente visão nocturna (existe nos olhos dos felinos uma camada de células, denominada tapetum lucidum - "tapete brilhante" - que reflecte a luz para a retina permitindo aos animais verem objectos no escuro) e hábitos próprios de um caçador como aptidão para fazer atalaia, saltar e trepar. A sua língua é áspera, possuem bigodes ou vibrissas sensíveis e garras retracteis. A gata ao fim de nove meses está sexualmente madura, tem uma gestação de oito a dez semanas que origina de 2 a 6 juvenis. A longevidade dos gatos pode atingir os 12 a 15 anos.


Texto retirado de:

http://www.eb1-cabecais.rcts.pt/terra.htm

Larau, larau, larito...


"Larau, larau, larito”

1-Um dia uma pastora
Larau. Larau, larito
Com o leite do seu gado
Mandou fazer um queijo

2-Mas o gato espreitava
Larau, larau, larito
Mas o gato espreitava
Com sentido no queijito

3-E aqui metia a pata
Larau, larau, larito
E aqui metia a pata
E além o focinhito

4-A pastora de zangada
Larau, larau, larito
A pastora de zangada
Mandou fechar o gatito

5-E aqui termina a história
Larau, larau, larito
E aqui termina a história
Da pastora e o gatito


canção popular

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A dor pela perda do nosso amigo



O nosso cão ou gato, no final da sua vida, já nos terá proporcionado imensas alegrias. É nossa obrigação, portanto, garantir-lhe um fim digno, com atenção e carinho.
E não é difícil: basta que deixemos que ele permaneça ao nosso lado, um dos poucos prazeres que lhe restarão na velhice.
Quando se aproxima a despedida desta vida, o animal sabe-o por instinto. Não deve ser abandonado, mesmo que já não seja o mesmo animal bonito de antes; que tenha o pêlo a cair e um caminhar sem elegância.
O seu olhar será o único gesto que acompanhará os nossos passos. Lembre-mo-nos que dentro do seu peito cansado, ainda existe um coração, o mesmo que já vibrou com o som da nossa voz. E, quando chegar o fim, não nos devemos envergonhar, se chorarmos. Na verdade, nesse momento, acabamos de perder um amigo dedicado como poucos.



SOFRENDO A DOR DA PERDA DE UM ANIMAL QUERIDO

O luto é uma resposta normal a qualquer perda importante na vida. Acontece quando a morte veio após uma longa doença, ou quando foi um acidente súbito. Pessoas enlutadas experimentam traumas tanto físicos quanto emocionais enquanto tentam adaptar suas vidas aos abalos trazidos pela perda.

Há muito tempo os psicólogos reconheceram que o luto experimentado pelos proprietários de animais após a morte destes é o mesmo experimentado após a morte de uma pessoa. A morte de um animal de estimação significa a perda da fonte de um amor incondicional. Não há mais para o proprietário o objecto de carinho e protecção. Assim, o proprietário perde o contato com "o mundo natural." Esses sentimentos podem ser especialmente intensos nos idosos, solitários, ou casais sem filhos (para quem o animal é também um substituto da criança).

AS FASES DO LUTO

Na verdade o processo do luto não é um objecto concreto que pode ser dividido distintas. O luto é um processo contínuo, com cada pessoa vivenciando-o de uma forma forma diferente. Dividir o luto em 5 "fases" ajuda a pessoa enlutada a entender que as seus sentimentos são normais. Algumas pessoas passam rápido por todas as fases, enquanto outras parecem ficar "presas" numa fase específica. Rapidamente, as fases do luto são as seguintes:

1. CHOQUE E NEGAÇÃO-
A realidade da morte ainda não foi aceite. Ele ou ela se sente atordoado e atónito - como se tudo aquilo fosse "irreal."

2. RAIVA-
A pessoa enlutada frequentemente se volta contra a família, amigos, elas mesmas, Deus, o veterinário ou o mundo em geral. Vão aparecer também sentimentos de culpa ou medo nesse estágio.

3. BARGANHA-
Nessa fase a pessoa pede por um trato ou uma recompensa de Deus, do veterinário ou do padre. Comentários do tipo "Eu vou à Igreja todo dia se o meu animal voltar para mim" são comuns.

4. DEPRESSÃO-
A depressão ocorre como uma reacção à mudança do modo de vida ocasionada pela perda. A pessoa enlutada se sente extremamente triste, desesperançada, inútil e cansada. Ele ou ela sente falta do animal e pensa nele constantemente.

5. ACEITAÇÃO-
A aceitação acontece quando as mudanças que a perda trouxe para a pessoa se estabilizam em um novo estilo de vida.
A intensidade e a duração do processo de luto dependem de vários factores. A idade do proprietário, circunstâncias referentes à morte, relacionamento do animal com o proprietário e com os outros membros da família são todos factores importantes. Uma morte recente de uma pessoa importante na vida do proprietário também pode afectar como se lida com a morte do animal. Geralmente crianças se recuperam mais rápido , enquanto os idosos são os que mais demoram a se recuperar. Às vezes a morte de um animal de estimação vai permitir que o proprietário finalmente lamente a perda de uma pessoa cuja morte ainda não tivesse sido aceite.

A MORTE DO ANIMAL DE ESTIMAÇÃO E AS CRIANÇAS

Muitas pessoas não percebem como a morte pode ser traumática e confusa para uma criança. As crianças tendem a ficar enlutadas por um período mais curto, mas a sua dor não é menos intensa. Crianças também tendem a voltar ao assunto com mais frequência , então muita paciência é necessária quando se lida com uma criança enlutada. Algumas dicas importantes para ajudar uma criança nessa situação incluem:

1. Dar à criança permissão de lidar com a sua dor.
- contar ao professor sobre a morte do animal.
- encorajar a criança a falar livremente sobre o animal.
- dar à criança muito carinho e conforto.
- discutir a morte, o morrer e a dor honestamente.

2. NUNCA dizer coisas como "Deus levou o seu bichinho," ou o animal está "dormindo para sempre."
- A criança pode temer que Deus vá levá-la, seus pais ou seus irmãos.
- A criança pode ficar com medo de ir dormir.

3. Inclua a criança em tudo o que se passa.

4. Explique que a morte é permanente.

OS ANIMAIS SOFREM COM A MORTE?

Muitas pessoas acham difícil acreditar que animais criem laços muito fortes um com o outro. Mesmo animais que parecem mal se suportar podem exibir fortes sinais de stress quando separados. Na verdade, animais que perderam um companheiro podem exibir vários sintomas idênticos aos experimentados pelo proprietário enlutado. O animal sobrevivente pode ficar inquieto, ansioso e deprimido. Ele pode suspirar com frequência, e ter a respeito de comer e dormir. É comum que os animais procurem por seus companheiros mortos e exijam mais atenção dos seus donos.

Como o proprietário pode ajudar um animal que sofre? Atenção para as seguintes recomendações:
1. Mantenha a rotina do animal sobrevivente o mais normal possível.
2. Tente não reforçar (mesmo que não intencionalmente) as mudanças de comportamento.
- se o animal fica "escolhendo" comida, não fique trocando o "cardápio". Isso só leva a um animal ainda mais difícil.
- não exagere na atenção dada ao animal sobrevivente, já que isso pode levar à ansiedade de separação.

3. Permita que os animais sobreviventes trabalhem a nova hierarquia por eles mesmos.
- podem haver brigas enquanto isso não fica resolvido (principalmente com cachorros).

4. Não adopte um novo animal para fazer companhia para o animal sobrevivente a não ser que o proprietário esteja pronto.
- não funciona a não ser que o proprietário esteja emocionalmente pronto para um novo animal.
- pessoas que ainda estejam enlutadas não terão a energia necessária.

O proprietário deve permitir que os outros animais vejam e cheirem o companheiro morto?
Não há evidências que afirmem que esse gesto vá ajudar os animais sobreviventes, mas algumas pessoas afirmam que sim.
Geralmente tudo o que acontece é que o proprietário se sente melhor. Assim, se o proprietário deseja que os outros animais "digam adeus," então isso deve ser permitido.

FICANDO CURADO

Passado algum tempo, o processo de luto chega ao fim.
Ainda assim há diversas coisas que o proprietário entristecido pode fazer para apressar esse processo:

1. Dê a si mesmo permissão para sofrer.
- só VOCÊ sabe o que o animal representava para você.

2. Organize um tributo ao seu animal.
- faz que a perda pareça real e ajuda a concretizar.
- permita que a pessoa expresse seus sentimentos e reflicta.
- reforça o apoio social.

3. Descanse bastante, coma bem e faça exercícios.

4. Fique rodeado de pessoas que entendam o que você está passando.
- deixe que outros cuidem de você.
- se beneficie de grupos de apoio para pessoas que perderam seus animais.

5. Aprenda tudo o que puder sobre o processo do luto. - ajuda os proprietários a perceber que o que eles sentem é normal.

6. Aceite os sentimentos que vêm com a dor.
- fale, escreva, cante ou desenhe.

7. Permita a você mesmo pequenos prazeres.

8. Seja paciente com você.
-NÃO deixe que ninguém diga o quanto o processo de luto deve durar.

9. Dê a si mesmo a permissão da recaída.
- isso VAI acabar e sua vida VAI ser normal de novo.
- a dor é como as ondas do oceano: no começo as ondas vêm rápidas e fortes, mas conforme o tempo passa, elas ficam menos intensas e mais esporádicas.
- não se surpreenda se feriados, cheiros, palavras ou sons provoquem uma recaída.

10. Não tenha medo de pedir ajuda.
- grupos de apoio para a perda de animais
- conselheiros emocionais.

11. Tenha certeza de consultar sua "Força Maior."
- religiosa ou espiritual.

CONCLUSÃO

O luto é provavelmente a sensação mais confusa, frustrante e emocional que uma pessoa pode sentir. É ainda mais para proprietários de animais. A sociedade em geral não dá a essas pessoas "permissão" para demonstrar a sua dor abertamente. Dessa forma, os proprietários frequentemente se sentem isolados e sozinhos. Felizmente mais e mais recursos ficam disponíveis para ajudas essas pessoas a perceber que elas NÃO estão sozinhas e que o que elas sentem é completamente normal.

Lidando com o sentimento de Culpa

Culpa. É uma palavra que nos leva a mais profunda , mais terrível dos sentimentos de perda, horror, raiva e desespero.
Por que eu fiz o que fiz ?
Por que eu não pude fazer mais ?
Será que eu o/a coloquei para dormir cedo demais ?
Será que esperei tempo demais ?
Se eu tivesse apenas fechado o portão.
Se eu apenas tivesse percebido antes.
Se eu apenas estivesse esperado um pouco mais.
Se eu apenas tivesses procurado o veterinário antes.
Se eu apenas soubesse mais naquele momento.
Se eu apenas tivesse escutado meus sentimentos.
Seu eu apenas tivesse ido a um veterinário melhor.

E nós nos debatemos com todas estas perguntas de "Se" e " Somente". Por que nós fizemos isto ? Porque nós amamos nossos animais de estimação. Porque nós desejamos que pudéssemos ter feito mais, nós desejamos que não tivéssemos feito o que fizemos.

Mas nós não podemos trazê-los de volta. Nós não podemos mudar o que fizemos e o que não fizemos.

O que nós podemos fazer é parar de nos machucar pela culpa. Cada um de nós, da nossa maneira, fez o que achamos que era correcto no momento, usando o que nós sabíamos e sentíamos. Cada um de nós tentou fazer o melhor que podíamos e nós fizemos com a intenção de amor.

Nós somos seres humanos, com limitações e falhas. Nós não sabemos tudo . Nós cometemos erros. Mas nós os fazemos com as melhores das intenções.

Nos machucar a nós mesmos com a terrível dor adicional de culpa, é fazer descaso do amor que sentimos pelos nossos animais de estimação. Com muito, mais muito poucas excepções, nós fizemos o melhor que sabíamos fazer naquele momento. Mesmo se nós sentimos que não fizemos o que deveríamos ter feito, ou feito o que não deveria, nós aprendemos e agora todos se beneficiarão deste conhecimento.

Nossos amados animais se foram , e sem dor. Nós ainda nos torturamos com a dor da culpa e dúvida. É humano fazer isto , estamos sendo justos connosco ?

Nós amamos profundamente e o que diz que nós temos a profunda capacidade para amar, que muitos não tem. Nós somos basicamente pessoas boas. Não devíamos reconhecer esta bondade, ao invés de ficarmos nos dando dor, pelo que deveríamos ou não deveríamos ter feito ?

Nós pegamos uma criatura adorável, demos a ele (ou a ela) tudo o que podíamos. Demos carinho, passeamos, alimentamos, trocamos as caixas de necessidades, brincamos, nao dormimos nas noites de dificuldades. Nós cuidamos e fizemos tudo o que sabíamos fazer naquele momento. Nós olhámos dentro de seus olhos e sabíamos que eles nos entendiam, que nos amávamos.

Se nós não soubemos o suficiente ou cometemos um erro inocente, acreditamos que eles não nos entenderam, que nos amaram e nos perdoaram apesar disto ??? Eu acredito que sim.

Nós precisamos nos perdoar. Se nós podemos aumentar o nosso conhecimento para ajudar os outros e usarmos nossa dor para fazer coisas melhores para nossos animais, para os outros que estão sozinhos e para aqueles que estão lá fora, sozinhos e perdidos.

Nós podemos fazer a diferença. Mas somente se pararmos de nos odiarmos, e culpar-mos a nos mesmos por sermos seres humanos.

Deixe culpa ir embora. Saiba que seus bebés peludos não culpam você; eles entendem, porque eles conhecem seu coração. Perdoe-se e permita que todo o amor existe dentro de você, esteja lá para outro. Há tantos que precisam do seu amor.

Aprenda e depois ensine. Continue aprendendo, e não pare. Cada pedrinha de conhecimento e cuidado que você envia irá repercutir ao redor do mundo e continuar crescendo. E talvez um dia, todos os animais serão amados e bem cuidados, e haverá uma era de ouro para os animais e para aqueles que como nós, os amamos.

Fonte:
Margaret Muns, veterinária do Santuário Best Friends

retirado do site: http://adoptar.no.sapo.pt/

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Como escolher o nome aos gatos.



Dar nome aos gatos é uma questão difícil,

Não é nenhum jogo de férias;

Podeis pensar que sou doido varrido

Quando vos digo que um gato deve ter TRÊS DIFERENTES NOMES

Antes de mais nada, há o nome que a família emprega diariamente,

Tal como Peter, Augustus, Alonzo ou James,

Tal como Victor ou Jonathan, George ou Bill Bailey –

Todos eles sensatos nomes de todos os dias

Há nomes de maior fantasia se achais que soam melhor,

Alguns para cavalheiros, alguns para as damas:

Tais como Plato, Admetus, Electra, Demeter –

Mas todos eles sensatos nomes de todos os dias

Mas, digo-vos eu, um gato precisa de um nome que seja particular,

Um nome que seja peculiar, e mais dignificado,

Senão, como pode ele manter a cauda perpendicular,

Ou estender os bigodes, ou encarecer o orgulho?

De nomes desta espécie dou-vos um quórum,

Tais como Muskustrap, Quaxo ou Coricopat,

Tais como Bombalurina, ou então Jellylorum –

Nomes que nunca pertence a mais do que um gato

Mas, mais acima e mais além, falta ainda outro nome,

E esse é o nome que jamais adivinhareis;

O nome que nenhuma investigação humana pode descobrir –

Mas o PRÓPRIO GATO sabe-o, e nunca confessará.

Quando se vê um gato em profunda meditação,

A razão, digo-vos eu, é sempre a mesma:

O seu espírito está em ávida contemplação

Do pensamento, do pensamento, do pensamento do seu nome:

Do seu inefável efável

Efaninefável

Profundo e incontável singular Nome.


T.S. Elliot (1888-1965)


Ode ao gato.




Tu e eu temos de permeio
a rebeldia que desassossega,
a matéria compulsiva dos sentidos.
Que ninguém nos dome,
que ninguém tente
reduzir-nos ao silêncio branco da cinza,
pois nós temos fôlegos largos
de vento e de névoa
para de novo nos erguermos
e, sobre o desconsolo dos escombros,
formarmos o salto
que leva à glória ou à morte,
conforme a harmonia dos astros
e a regra elementar do destino.

José Jorge Letria

Gato que brincas na rua.


Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.


Fernando Pessoa


Rir...faz bem!


Se me apetece rir de um louco, não preciso de ir procurar muito longe; rio de mim mesmo.

Séneca

Talvez...sonhar




Dormir, dormir... talvez sonhar... (Hamlet )

William Shakespeare

I love Cats